sexta-feira, 11 de maio de 2012

Histórias Infantis

A história da carochinha


Era uma vez uma linda carochinha, que encontrou cinco réis enquanto varria a cozinha.
Com o dinheiro, foi comprar uns brincos, um colar e um anel, pôs-se à janela e perguntou?
- Quem quer casar comigo?
Passou um burro e respondeu:
- Quero eu!
- Como te chamas?
- Chamo-me im om, im om, im om.
- Eu não gosto de ti porque tens uma voz muito feia.
A carochinha voltou a perguntar:
- Quem quer casar comigo?
Passou um cão e respondeu:
- Quero eu!
- Como te chamas?
- Ão, ão, ão.
- Eu não gosto de ti porque tens uma voz muito grossa.

A carochinha voltou a perguntar:
- Quem quer casar comigo?

Passou um gato e respondeu:
- Quero eu!
- Como te chamas?
- Miau, miau, miau.
- Eu não gosto de ti porque tens uma voz muito fina.

A carochinha voltou a perguntar:
- Quem quer casar comigo?

Passou um rato e respondeu:
- Quero eu!
- Como te chamas?
- Chamo-me João Ratão.
- Tu sim, tens uma voz bonita, quero casar contigo.

A carochinha e o João Ratão casaram e foram muito felizes.

Porém, certo dia, a carochinha disse ao João Ratão que estava na hora de ir à missa.

O João Ratão, que era muito guloso, disse que não podia ir porque estava doente.

A carochinha, que fazia a refeição, disse-lhe então que não mexesse no caldeirão.

Depois da carochinha sair, logo o João Ratão foi espreitar o caldeirão.

Espreitou, espreitou e trum, deu um grande trambolhão e caiu no caldeirão.

Quando a carochinha chegou, procurou, procurou o João Ratão mas não o encontrou.

Muito aflita, a carochinha entrou na cozinha, viu o João Ratão caído no caldeirão e disse:
- Ai o meu João Ratão, que caiu no caldeirão! Ai o meu João Ratão, que caiu no caldeirão!





A lebre e a tartaruga


     A Lebre andava sempre ligeira, quase a correr como o vento, e fazia-lhe nervoso ver a pachorrenta da Tartaruga a caminhar vagarosamente para onde quer que fosse. Chovesse ou fizesse sol, houvesse perigo ou não, a Senhora Tartaruga não passava do seu passo habitual, pausado e sossegado.

     Nos dias de festa, quando a bicharada combinava sair junta e todos se punham a andar, era certo e sabido que a velha Tartaruga ficava à cauda do rancho, a fechar a marcha, a andar compassada, tão mole, tão mole, que a Lebre tomava fôlego, andava pelas duas e punha-se à frente de todos, a correr, como lebre que era.

E um belo dia não se conteve e disse para a Tartaruga:

- Se eu fosse como a senhora, já tinha morrido de aborrecimento. Eu podia cá andar nesse passinho de enterro! Eu ainda queria vê-la a correr comigo, a ver se espertava.

- Muito bem – respondeu a Tartaruga, pacatamente. – Vamos lá experimentar isso. Fazemos uma corrida de cinco quilómetros, e aposto que quem vai ganhá-la sou eu.

- Bonita aposta! – Replicou a Lebre. – Vamos já sair de dúvidas.

     Convidaram a Raposa para juiz e ambas partiram para a corrida. A Lebre, como sempre, largou veloz como um foguete e em pouco tempo se perdeu de vista. A Tartaruga, como era seu costume, deixou-se ficar a andar lentamente, a andar... a andar... pela estrada fora.

     Depois de correr um bocado, a Lebre voltou-se para trás e, não avistando a Tartaruga, deu uma gargalhada.

- A esta hora ainda ela está dando as primeiras passadas. Nem me vale a pena andar mais por agora. Até tenho tempo de dormir uma soneca enquanto espero por essa papa-açorda.

     E deitou-se na relva fresquinha e apetitosa que havia à beira do caminho, principiando logo a dormir. Dormiu, sonhou, ressonou... e entretanto a Tartaruga, que vinha a andar devagar, muito devagarinho, mas sem perder um momento, passou junto dela, viu como a sua contendora dormia descuidadamente, sorriu-se e continuou o seu caminho.

      Quando a Lebre acordou voltou a olhar para trás. “Ainda não há-de vir a meio caminho – pensou. – Agora em quatro pulos chego ao fim e ganho a aposta.”

     Mas quando olhou para diante viu a Tartaruga, que acabava de chegar naquele instante ao lugar combinado para o fim da corrida. Tinha ganho a aposta!

E a Lebre, abatida no seu orgulho de boa corredora, ficou a pensar:
“ Não é por muito madrugar que amanhece mais cedo.”





Os 3 porquinhos

Era uma vez três porquinhos que viviam com a sua mãe, como já eram crescidos a mãe disse-lhes que chegara a hora de cada um ir à sua vida.
Resolveram cada um construir a sua própria casa.
O mais preguiçoso construiu uma casa com palhinhas, foi o mais rápido e assim pode ir brincar, o seguinte construiu uma casa com paus, também acabou rapidamente e foi juntar-se ao seu irmão, o terceiro mais voluntarioso construiu a sua casa com tijolos.
Chegada a noite cada um foi para a sua casa, o lobo mau que andara todo o dia a observá-los e estava faminto foi bater à porta do primeiro porquinho.
- TRUZ TRUZ!
- Quem é?- Disse o porquinho assustado.
- Sou eu, o lobo e quero entrar, se não abrires vou soprar, soprar até a casa voar.
E assim o fez, a casa rapidamente voou, o porquinho fugiu para casa do irmão seguido do lobo que bateu novamente à porta.
- TRUZ TRUZ!
- Quem é? - Perguntaram os porquinhos assustados.
- Sou eu, o lobo e quero entrar se não abrirem vou soprar, soprar até a casa voar.
Assim o fez, a casa voou e os porquinhos fugiram para a casa de tijolo do terceiro porquinho, seguidos do lobo.
-TRUZ TRUZ!- Voltou o lobo a bater cada vez mais esfomeado.
-Quem é? Perguntou o porquinho mais velho.
-Sou eu, o lobo e quero entrar, se não abrires vou soprar até a casa voar.
Assim o fez, mas a casinha nem um milímetro mexeu, o lobo olhou para a chaminé e pensou que seria por ali que poderia entrar e subiu ao telhado, mas o porquinho que era muito astuto tinha um grande caldeirão com água a ferver, quando o lobo entrou caiu directamente dentro do caldeirão dando um salto tão grande que foi papar ao meio da floresta e até hoje nunca mais ninguém ouviu falar do lobo mau.
E os porquinhos viveram felizes para sempre!






O Capuchinho Vermelho


Era uma vez uma linda menina que vivia numa aldeia do bosque e de quem todos gostavam muito por ser muito boa e simpática.
Um dia a mãe fez-lhe um capucho vermelho para ela levar para a escola. No trajecto a menina cumprimentava os animais, pois conhecia-os e era amiga de todos. Ao vê-la tão bonita com o seu novo capucho eles começaram a tratá-la por Capuchinho Vermelho.

Um dia a mãe chamou-a e disse-lhe:

- Tens aqui uma cesta com bolos e um pote de mel para levares à avózinha que não anda muito bem de saúde. Toma cuidado: não te demoraes no caminho e não fales com desconhecidos.

- Podes ficar descansada, mãezinha, farei como dizes - prometeu Capuchinho Vermelho.
Ia ela muito contente quando, a certa altura, encontrou um lobo. Este, com uma voz muito
meiga , disse-lhe:
- Olá, bela Capuchinho! Nem imaginas como desejava conhecer-te.

A menina ao ouvir isto ficou muito surpreendida, pois achou que o lobo não era tão feroz como toda a gente dizia. Apesar disso respondeu-lhe:
- O senhor lobo desculpe-me mas a minha mãe proibiu-me de falar com desconhecidos.
- Desconhecido, eu? Sou a
mais popular de todas as criaturas do bosque, não deves fazer caso do que dizem. Onde vais com essa cesta?
- Vou ver a minha avózinha que está doente
e levar-lhe bolos e um pote de mel.- E onde vive a tua avózinha?
- Vive para lá do moinho, numa casa à beira do lago, junto a uma grande árvore.
O lobo já com água na boca pensou:

- Que maravilha de petiscos, devem ser tão bons, tenho que me apoderar de ambas.

Acompanhou Capuchinho e a certa altura disse-lhe:
- Penso que também eu deveria visitar a tua avózinha, uma vez que ela está tão adoentada, não te parece?

- Sim, sim, acho que ela ficaria muito contente.
- Olha, tu vais por este caminho e eu vou por aquele. Veremos quem chega primeiro, - disse-lhe o lobo.
- Como eu sou esperto e como foi fácil convencê-la, pensou o lobo, ela vai pelo caminho mais distante e assim eu terei tempo de chegar antes.

O lobo correu então em direcção à casa da avó de Capuchinho Vermelho. Uma vez lá chegado bateu à porta e a avózinha perguntou:
- Quem é?
- É o Capuchinho Vermelho, respondeu-lhe o lobo, trago-lhe bolos e um pote de mel; abra a porta por favor.

- Entra, minha netinha, a porta está só no trinco.

O lobo abriu a porta e sem dizer nada foi ao quarto da avózinha e comeu-a. A seguir vestiu as suas roupas, enfiou a touca, colocou no nariz os óculos da avózinha e meteu-se dentro da cama, cobrindo-se com uma manta.
Capuchinho, depois de muito caminhar, pois viera pelo caminho mais longo, chegou finalmente a casa da avó; ficou muito surpreendida por encontrar a porta aberta.

- Bom dia. Está alguém em casa? - perguntou ao entrar.
Como ninguém lhe respondeu, dirigiu-se ao quarto e aproximando-se da cama, não reconheceu o lobo, pois ele estava disfarçado com as roupas da avózinha. Notou contudo que havia algo diferente e disse:
- Avózinha estás com umas orelhas tão grandes!
- São para te ouvir melhor.
- E tens uns olhos tão grandes!
- São para te ver melhor.
- E os teus braços são tão grandes!
- São para te abraçar melhor.
- E tens uma boca tão grande!
- É para te comer.

E nisto o lobo saltou da cama e engoliu a pobre Capuchinho Vermelho, que nem teve tempo de ter medo. Voltou depois a deitar-se e adormeceu profundamente, ressonando muito alto.

Um caçador que por ali passava, ao ouvir todo aquele barulho, pensou:
- Esta velhinha não ressonava desta maneira! Vou mas é ver o que se passa.
Entrou no quarto e deparou com o lobo a dormir profundamente.
- Até que enfim que te encontrei. Procuro-te à tanto tempo!
E quando ia a pegar na arma lembrou-se que o malvado podia ter comido a avó e que talvez ainda a pudesse salvar. Pegou na faca e... zás, abriu-lhe a barriga e de lá saiu Capuchinho Vermelho. Logo a seguir saiu a avózinha, ainda com vida mas respirando com muita dificuldade.

Depois de contarem ao caçador o que se tinha passado, Capuchinho saiu a correr e foi apanhar pedras, encheu com elas a barriga do lobo e a avó coseu a pele.
O lobo, quando acordou e viu o caçador, que disparou para o chão, fugiu a correr em direcção ao lago, e quando se atirou à água para fugir a nado, com o peso das pedras foi parar ao fundo e afogou-se, com o que até nada se perdeu, pois ele era um lobo mau a valer.

Então a avózinha disse para a Capuchinho:

- Vai à dispensa e arranja alguma coisa para o lanche do nosso salvador.
Depois de ter comido, o caçador disse:
- Vamos, Capuchinho, vou acompanhar-te a casa, não vá andar por aí outro lobo malvado.

Ao chegaram a casa, Capuchinho Vermelho contou à mãe todas as peripécias que lhe tinham acontecido, pedindo-lhe desculpa por ter desobedecido às suas recomendações e prometendo nunca mais o voltar a fazer.




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